sexta-feira, 25 de junho de 2010

Só mais um tempinho, só mais um

Há um tempo já não escrevo nada aqui. Não por falta de inspiração, mas por falta dele, do tempo. As ideias vêm à cabeça, mas não há espaço ultimamente para ancora-lás em algo que seja palpável (ou não, como o blog), e já que ter cuidados necessários para conservar algo é o significado de manter, cuidar, comunico a vocês que este blog está temporariamente (mas só durante um tempinho) em processo de cuidados e manutenção.

Às vezes as ideias precisam de férias, mas há momentos em que é impossível segurá-las.

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Vem, deita aqui. Repousa teu amor em mim. Esse lugar é teu. Alguém me disse uma vez que nada acontece por acaso e hoje eu entendi. Entendi que a que vim. E que esse ombro é teu. Aquele abraço foi o melhor do mundo. Aquela imagem de você me olhando, pedindo para que o abraço nunca mais terminasse não sai da minha cabeça. Ai! Porque eu não voltei? Quero te abraçar e não largar mais, até os meus braços não serem suficientes! Nunca mais! Você me prometeu, e há de cumprir. Meu Deus, você enxerga como eu. Vem, deita aqui. Repousa teu amor em mim. Vem cá que eu vou dizer pra você que vai ficar tudo bem. Sozinho você não está. Você me tem. Repousa aqui, vem. Vem que eu te mostro alguém a fim de te acompanhar se o acaso for te levar.

sábado, 22 de maio de 2010

Felicidade sim

_O que é isso?
_Depois eu explico!
_Não, explica agora!
_Tá, é um maço de cigarro.
_Ah, é? E desde quando você fuma?
_Desde ontem, quando eu comprei esse maço. Ah! 
Eu estava nervosa e com vontade, me deixa.
_Ah. - levantou-se bruscamente e foi para o outro lado.




_Tá vendo, era só o que me faltava agora. - resmungou para ela à sua frente.
_Você sabe que não precisa disso.
_Tá, eu sei. (Mas queria tanto que os meus vinte amigos dentro daquela caixinha se transformassem em pessoas. Talvez pudessem, como a composição de todo cigarro, serem passificadores de um stress passageiro).



_E aí, irmão, tem uma moedinha?
_Puts, cara, não tenho nada. Você tem?
_Espera. Nada aqui. Ah! Eu tenho um maço de cigarro, você quer?
Te dou inteiro e mais um isqueiro. Topa?
_Ôpa, tá brincando! - e o mendigo arregalou os olhos de Felicidade.
_Não, é todo seu. - e sorriu.
_É a solução para quem está tantando parar. - disse Ele.
_Cara, a gente fuma né, fuma. Mas sabia que fumar maconha é melhor do que cigarro? Obrigado, hein. Fica com Deus! - agradeceu o moribundo.

_Agora sim. Você me encheu de orgulho. - e deu o beijo mais doce Nela, sem nicotina alguma.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Dois baldes, um em cada mão

_Cara, deixa eu te contar uma coisa?
_Manda!
_SURTEI!
_Ah, tá. E como foi esse surto aí? Subiu num prédio com uma metralhadora?
_Hm, é... Quase isso. Metralhei lágrimas em uma lanchonete.
_Tenho dois ombros aqui e dois baldes, um em cada mão. Topas?

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Dilogando Filosoficamente

"Eu estava me sentindo muito triste. Você pode dizer que isso tem sido freqüente demais, ou até um pouco (ou muito) chato. Mas, que se há de fazer, se eu estava mesmo muito triste? Tristeza-garoa, fininha, cortante, persistente, com alguns relâmpagos de catástrofe futura. Projeções: e amanhã, e depois? e trabalho, amor, moradia? o que vai acontecer? Típico pensamento-nada-a-ver: sossega, o que vai acontecer acontecerá. Relaxa, baby, e flui: barquinho na correnteza, Deus dará. (...)

_tudo azul da cor do mar?
_tudo ficando azul da cor do mar. tô botando ordem no barraco. - risos. E tú?
_Súmemo, tem que dar a geral! Eu estou blues marinho.
_Blues marinho. E isso é bom? - risos.
_Pô isso é quase o top do melhor!
É nada. Tô bem, mas poderia estar melhor, e feliz por que poderia estar pior.
_Mas a vida é assim, meu bem . - risos.
Estamos todos no mesmo barquinho de vai e vem
_Eu até gosto desse vai e vem, o problema é que barquinho enjoa.
_É vero. Não tinha pensado nisso.

A questão é toda essa: fluir. Tão difícil deixar fluir. Mas é o que precisa ser feito agora. Virar barquinho, mesmo. Relaxar e observar o caminho, a paisagem, perceber minha respiração sempre tão junta da respiração do meu pequenino. E assim vamos fluindo, juntos. Correnteza leve, por favor. Que não estamos assim muito prontos pra grandes tormentas. Tá tudo bem na verdade. É só uma questão de se encontrar. Porque as vezes eu me perco e fico me procurando, e não me acho. Mas quem sabe assim, deixando que a água vá me levando, não dá certo, né? Deus dará..."
Caio F.

terça-feira, 18 de maio de 2010

O Rio de Janeiro continua lindo!

O Rio de Janeiro Continua cheio!
O Rio de Janeiro Continua sendo!
O Rio de Janeiro Fevereiro e águas de março!
Alô, alô, chuvarada
Aquele Abraço!
Alô torcida da esperança
Aquele abraço!
A polícia continua
Enchendo a pança dos bandidos
E buzinando para as moças
E comandando a massa
E continua achando que dá
As ordens no “terreiro”


Alô, alô, seu João da Padaria
Velho guerreiro
Alô, alô, Dona Maria dos quitutes
Rio de Janeiro
Alô, alô, senhor cidadão
Velho palhaço
Alô, alô, tia Cecília
Aquele Abraço!
Alô moça da favela
Aquele Abraço!
Todo mundo da Portela
Aquele Abraço!
Todo mês de fevereiro
Aquela chuva!
Alô Banda lá dos céus
Aquele Abraço!
O bombeiros continuam
Procurando nos destroços
E escavando para as vidas
E comandando o mutirão
E continua achando que dá
As ordens pro terreno
O caminho pelo mundo

Todos eles que traçaram
A Bahia já lhes deu
Régua e compasso
Quem sabe deles são eles
Aquele Abraço!
Prá você que lhes esqueceu
Chuááááááá!
Muita chuva!
Alô povo de baixo
Vá à merda!
Todo pobre brasileiro
Aquele Abraço!

sábado, 15 de maio de 2010

Utopia x Barbárie

Utopia é sonho. Barbárie é realidade. Utopia é sonhar. Barbárie é violência. Utopia é Thomas Morus. Barbárie é heavy metal. Utopia é Américo Vespúcio e Fernando de Noronha. Barbárie é revolução e guerra. Utopia é vida. Barbárie é morte. Utopia é antiga, velha. Barbárie é moderna, é nova, é fresquinha.

Utopia é a geração sonhadora de 1968. Barbárie é o ano 2000, o “Bug do Milênio” e as profecias de Nostradamus. Utopia é a mentira. Barbárie é a verdade. Utopia é a construção do muro. Barbárie é a queda do muro de Berlin. Utopia é socialismo. Barbárie é o neoliberalismo.

Utopia é sonho. Barbárie é a inauguração do séc. XXI. Utopia é tragetória. Barbárie é distinção. Utopia é revolução. Barbárie é golpe. Utopia é dormir. Barbárie é acordar. Utopia é escola de Frankfurt. Barbárie é Marshall McLuhan. Utopia é calmaria. Barbárie é tumulto de ideias. Barbarie é vida. Barbárie é sentir. Barbárie é instinto.

Utopia é bobeira. Barbárie é inteligência. Utopia é ordem. Barbárie é desordem. Utopia é navegar. Barbárie é ancorar. Utopia é ler. Barbárie é queimar. Utopia é governar. Barbárie é revolucionar. Utopia é sonhar com a sociedade perfeita. Barbárie é ligar a televisão.

E ah, era exatamente isso que eu queria dizer.