quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

A vida é simples

Um pé atrás é mais simples ainda. A premissa do pensamento de que tudo vai dar errado faz avançar ainda mais.


Talvez a chave para descascar os abacaxis da vida?

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Armadilha

Sonhei esta noite que eu ia casar com meu primo. Sem maquiagem, sem buquê, e de verde só para piorar.
Aí, entrei no twitter e o Carpinejar tinha twitado:
O sonho apenas me mostra o quanto sou analfabeto emocional. Não havia compreendido nada do que senti no dia anterior.

Faz todo o sentido. Analfabetos emocionais, uni-vos!
Inteligência emocional não é um privilégio de todos. Tem alguns que são tão, mas tão burros que colocam o sentimento na frente. Nunca compreendo nada do que senti no dia anterior. Levanta a mão quem está comigo! Eeeeee o/

Voltando...

Não caí na armadilha. Não tenho nenhuma atração por algum primo meu, não quero casar de verde, sem buquê e muito menos sem maquiagem. O único fato que coincidiu é que vou entrar sozinha, um dia, se eu casar. Em um detalhe sórdido do sonho, eu encontrei com o meu pai. Ele estava vestido do jeito mais simples possível. Calça jeans e camiseta polo. Alguém é contra eu entrar sozinha? Acho que não, né (risos). Não é a roupa, mas a circunstância. Agora, por favor, não me pergunte o que uma coisa tem a ver com a outra.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Convívio público é mal avaliado em São Paulo

“E à mente apavora o que ainda não é mesmo velho
Nada do que não era antes quando não somos mutantes”
Sampa – Caetano Veloso


Em São Paulo existe uma força da grana que ergue e destrói coisas belas; da feia fumaça que sobe, apagando as estrelas. Mas também, quem vende outro sonho feliz de cidade aprende depressa a chamar-te de realidade. Sabe por quê? Porque São Paulo é o avesso do avesso do avesso do avesso.
Porém, parece que para a maioria dos Paulistanos, ou seja, 57% do povo que vive na terra da garoa, ou como diria Caetano, do povo oprimido nas filas, nas vilas, nas favelas o desejo de deixar a cidade é algo bem vivo dentro de seus anseios e vontades.
Na Pesquisa Ibope encomendada pelo Movimento Nossa São Paulo, foram avaliados pontos positivos e negativos. Contatou-se que os pontos positivos estão ligados principalmente ao que diz respeito ao mundo particular do indivíduo e quiçá ao bem-estar em detrimento do convívio público.
As áreas que foram mais bem avaliadas são todas ligadas aos próprios indivíduos: relações humanas (6,5), religião e espiritualidade (6,3), trabalho (6,2) e sexualidade (5,4). Por outro lado, receberam as piores notas as questões ligadas aos aspectos sociais e de responsabilidade dos poderes públicos.


Vamos s’imbora pra Pasárgada?

domingo, 24 de janeiro de 2010

Caixinha da Sorte

"Enquanto o mundo de seus pensamentos continuar tumultuado, não será possível ver a realidade a perceber que ela oferece oportunidades fantásticas com sua habitual generosidade. Decida superar o tumulto".


Tirei o papel enquanto Toquinho e Vinícius cantavam:
Mesmo com toda a fama, com toda a brahma; Com toda a cama, com toda a lama; A gente vai levando, a gente vai levando, a gente vai levando; A gente vai levando essa chama!
Mesmo com todo o emblema, todo o problema; Todo o sistema, todo Ipanema; A gente vai levando, a gente vai levando, a gente vai levando; A gente vai levando essa gema!

Existem coisas na vida das quais até Deus duvida.

Tom Waits, beatnik!

Conhece? Não? Deveria! Sir. Thomas Alan Waits é músico, instrumentista, compositor, cantor, ator e mais todo aquele blá-blá-blá. Nascido em Pomona, na Califórnia, tem uma voz rouca de enlouquecer. Não se prende a um gênero determinado, sabe? E é isso que mais gosto nele – depois da voz rouca, claro.



http://www.youtube.com/watch?v=qVaEPx_VyXs

sábado, 23 de janeiro de 2010

“Cabo mata carcereiro em posto”

Um tiroteio em um posto de gasolina no Jardim Robru, zona leste de São Paulo, na madrugada de terça-feira desta semana, terminou com a morte do carcereiro Alessandro Cunha, da 7º Seccional, e a prisão do cabo Aldo Alessandro Pires, da 1º Companhia do 48º Batalhão da PM.
Há três versões da história: a primeira é de que Cunha, de 36 anos, e um amigo pretendiam assaltar o estabelecimento. A outra é de que o carcereiro tentou abordar o PM, de 34 anos, e foi recebido a tiros. A última é de que existia um desentendimento entre os dois. A Corregedoria das Polícias Civil e Militar investigam o caso.

A verdade pode ser o que você quiser. Apenas um ponto de vista. Não se define nem aceita. Não se pode alcançar. Não é uma certeza. A mentira é indecifrável. 


Em qual versão acreditar?

A saga do herói de Saramago

Caim, primogênito de Adão e Eva, é o nome do mais recente livro de José Saramago. Nele, a saga de Caim após matar cruelmente seu irmão Abel, é descrita de um modo dinâmico e irônico, que chega a divertir. Isso porque, além de condenado a andar errante pelo mundo, sem se dar conta, Caim dorme e acorda em épocas e situações diferentes. Assim, o autor faz com que o personagem participe de várias passagens do Antigo Testamento, e até chegue ao cúmulo de alterar o destino da Arca de Noé.
Um Deus que castiga, impiedoso, prepotente e que anseia por varrer da terra todos os homens de bem e também os que não são, é o Deus de Saramago. Caim, em sua jornada, desafia a todo o tempo o "todo-poderoso", que em dado momento é até chamado de “filho-da-puta”, literalmente.  Saramago disse em entrevista à Folha de São Paulo que, por meio dele, tenta expor a "infinita dimensão da estupidez humana", capaz de acreditar em fábulas como essas. "Caim é o que nasceu para ver o inenarrável, caim é o que odeia deus", escreveu o escritor.
O livro contém um dos diálogos mais interessantes entre um homem e uma mulher. Em determinado momento, Caim se torna homem de Lilith e ao voltar a ela -porque, afinal de contas, é condenado a ser um andarilho por toda a eternidade –os dois têm uma conversa em que Caim faz um resumo de tudo o que viu: “O que não pode ser bom é um Deus que dá ordem a um pai que mate e queime na fogueira seu próprio filho só para provar a sua fé, isso nem o mais maligno dos demônios o mandaria fazer”.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Perdidos e nunca buscados

Segundo informa um grande jornal da capital paulista, usuários de trens e metrôs esqueceram 34 mil objetos nas estações da cidade de São Paulo. Mesmo disponíveis por 60 dias na seção de Achados e Perdidos, apenas 21 por cento dos itens foi procurado por seus donos.  Além de itens comuns - daqueles que se perdem o tempo todo -, como documentos e celulares, o setor de Achados e Perdidos do metrô informou que objetos como dentaduras, carrinhos de supermercado e cadeiras de rodas também aparecem por lá (?).



Qual o real valor das coisas? 
Estranho é não sentir falta. O fato de não ir resgatar é o que mais assusta.  Princípio do desprendimento material? Aham, uh!

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

É o que eu sempre digo

Quanto maior for o número de pessoas beneficiadas com seus projetos, maior será também seu benefício particular. Esses benefícios não são apenas recursos materiais, se estendem ao mundo subjetivo que guarda tesouros. (via – horóscopo do dia).

Cruzes! A previsão diz, "vem mais chuva por aí".

Se eu cansei de 2009, não sei o que vou sentir em relação a 2010 quando chegar ao fim. Começamos "bem": Angra dos Reis comemorando a chegada do ano com um deslizamento que matou várias pessoas na Ilha do Bananal; mais acidentes e casos de enchentes por causa das fortes chuvas - que dizem ser de verão; tremores de terra no Rio Grande do Sul que foram sentidos até em outros países; tragédia no Haiti, a morte de centenas de pessoas, soldados brasileiros e da médica Zilda Arns. Mal nasceu e já tem que andar com as próprias pernas. Pobrezinho.
Ano de São Jorge, padroeiro da justiça, 2010 parece que ter que lutar e usar suas armas para reconstruir muita coisa desde o começo.  Dizem ser também o ano da casa três, que simboliza a tríplice aliança (pai, filho e espírito santo) e dizem – novamente- que quem irá comandar, será Nossa Senhora. Na astrologia é o ano de Vênus, ou seja, ano das mulheres (arriba!). Parece que algo conspira a favor. Ufa! Podemos respirar?
Ontem vi no noticiário que uma senhora, depois de salvar três crianças, morreu soterrada. A manchete era esta. Mas a história vai um pouco mais além:  era avó das três crianças que foram salvas. Elas estavam em sua casa na cidade de São Bernardo do Campo, na capital paulista, quando uma grande chuva fez a casa desabar. Só deu tempo de empurrar as três crianças para fora.
Hoje o tempo está nublado em pleno verão. Depois de chover cerca de 55 mm durante a madrugada, as marginais ficaram alagadas, avenidas e ruas interditadas, rios a cima do nível normal, Ceagesp debaixo d'água, pessoas ilhadas, vários acidentes e mais uma morte: um senhor de 75 anos, aposentado, morreu soterrado na Pompéia. Além dos casos que ficam anônimos e ninguém nunca fica sabendo.
Como dizem, depois da tempestade sempre vem a bonança. Mas.... Alguns gostam mais da tempestade e de árvores entortando com o vento, do que de um céu azul calmo acompanhado pelo Sol. Quem sabe Deus, a Virgem Santíssima, e claro, São Pedro aparecem por aí e expliquem algumas coisas. Ou pelo menos que apareçam para jogar confete, serpentina - para colorir-, BomAr, - para trazer bons ares- água benta -para exorcisar-, ou qualquer outra coisa que seja eficaz. Ninguém aguenta mais. Como dizem algumas Drag Queens por aí, só para dar uma risadinha em meio ao caos: “Muita purpurina! Ilumina!”. 2010 está precisando.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Os tempos de Rubem Alves

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Mas há outro tipo de escritura que não tem prazo de validade. Nenhuma data informa a sua idade porque a sua idade não importa: ela nunca fica velha.

Quem entende isso são os poetas e os místicos. Poesia não tem data, está sempre jovem, não envelhece com a passagem do tempo -porque ela nasce de um outro tempo. O místico Ângelus Silésius explicou assim: "Temos dois olhos. Com um, vemos as coisas eternas, que permanecem. Com o outro, as coisas efêmeras, que desaparecem". Então, há dois tempos, um tempo das coisas que não passam e, portanto, não têm prazo de validade, e um tempo das coisas que valem só por um dia e logo desaparecem...

Aquilo que o tempo comeu, o tempo trará de volta. Como diz absurdamente o livro do Eclesiastes: "Lança o teu pão sobre as águas porque depois de muitos dias o encontrarás...". Pão sobre as águas do rio. As águas do rio passam e dissolvem o pão. As águas voltam -porque o rio é circular- e com elas volta também o pão. Tudo se repete. Não leio de novo o jornal de ontem. Ele está morto. Mas leio de novo, muitas vezes, o poema que já li, e sempre que o faço a vida ressuscita.
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