Mas só porque de gênio sou como uma cachaça. Pronta pra gritar e olhar bem fundo nos seus olhos. Armada, com escudo, espada e tudo o mais. O próximo que vem é ano de Oxum e Ogum. É guerreiro, é Jorge, é da Lua, é homem e é mulher. Pois é. Ai de você, ai! Tá, tudo bem. Não faz cara feia que isso pra mim é fome. Talvez eu seja dura demais, eu sei. Mas é assim que é.
Depois de tudo, enfim, o fim. Saudoso fim que sempre chega. Só para poder recomeçar. Acho lindo. E eu? Continuo, de alma, uma água com açúcar. Percebi que deixei pelo caminho coisas preciosas, na esperança que o fardo ficasse mais leve. E assim, passei além do Bojador – seja lá o que Fernando Pessoa quis dizer com isso. Ledo engano. O que ficou dobrou de tamanho, impossibilitando a caminhada. Mas cheguei. Cheguei até o próximo, o seguinte, e próximo ao seguinte, e seguinte ao próximo, e assim será enquanto o eu durar. Desejo, com todas as forças do universo, tudo aquilo que sonhei. E ainda sonho.
Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.
Quem quer passar além do Bojador.
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.