segunda-feira, 26 de abril de 2010

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Se não fora o farol da esperança, 
que seria de nós, míseros navegantes, 
neste mar tenebroso que é a - Vida ?



sábado, 24 de abril de 2010

Sobre vagalumes e serpentes

Essa é a história da serpente que desceu do morro para procurar um pedacinho do seu rabo.

Ei, você também é um pedacinho do meu rabãããão!

- Quando pequeno, cantava em roda com os colegas de escola esta musiquinha. Quem fosse apontado pela líder da brincadeira no momento do "Ei, você também é um pedacinho do meu rabãããão!", ia para o meio da roda e tinha que ficar ali até o fim da brincadeira ou simplesmente saía da roda, e abria um espaço para que outras pessoas dessem as mãos.

- Engraçado, né? Às vezes me vem à cabeça esta brincadeira, e penso que nós sempre procuramos um pedacinho do nosso rabo. Procuramos, procuramos. E, como na música, que é cantada diversas vezes, nós pegamos, eliminamos, e partimos para outra eliminação até sobrar apenas um. Este, que deveria ser o único pedaço do rabo que faltava.

- Mas sabe, acredito que é também uma questão de querer. De querer procurar. O procurar pelo rabo, pela metade da laranja, pelo elo perdido, por todas as coisas que fazem falta aos seres ditos humanos. Que seria deles sem a procura eterna por algo que não se sabe o que é, e nem o que pode vir a ser? Apenas se vive. E às vezes, se corre atrás do pedacinho do rabo.

- O grande problema é quanto o outro invade. É aquela história: eu também sou uma serpente, eu também tenho um rabo, e eu também quero achar o meu pedacinho. Sabe a história do vagalume e da serpente? "Eu não brilho e tú não brilharás também". Compreende? Aí já rende outra história...

quinta-feira, 22 de abril de 2010

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Só sei que me sinto cheia, repleta - disse a si mesma, ao olhar naqueles olhos que não eram quaisquer. E... Então os meus braços não vão ser suficientes pra abraçar você e a minha voz vai querer dizer tanta mas tanta coisa que eu vou ficar calada um tempo enorme só olhando você sem dizer nada por...que porque o ter e o querer (quando sinceros) são maiores do que qualquer turbilhão e olhando para você eu não vejo mais nada do que o meu reflexo nos seus olhos e penso que às vezes você me dói tanto mas tanto que eu nem consigo respirar mas ao mesmo tempo a minha voz quer dizer tanta mas tanta coisa que eu fico um tempo enorme só olhando para você sem dizer nada absolutamente nada porque cada vez mais os meus braços não vão ser suficientes para abraçar você ai que vontade de você ai que vontade de não deixar que nada nem ninguém faça do que sinto em te abraçar algo que não é e olhando para você eu não vejo mais nada do que o meu reflexo nos seus olhos e penso que às vezes você me dói tanto mas tanto que eu nem consigo respirar mas ao mesmo tempo a minha voz quer dizer tanta mas tanta coisa que eu fico um tempo enorme só olhando para você sem dizer nada



e enfim, respirar.