quarta-feira, 25 de março de 2009
de um 'quê' sentimental
O que sinto não tem cor,
O que sinto não tem jeito,
Mas tem um dono.
Um. Dono.
No singular, no masculino. O que sinto não é amor,
O que sinto não é vermelho,
O que sinto não é um beijo.
O que sinto é apenas sentido.
Sem. Sentido.
Não se faz sabido.
sábado, 21 de março de 2009
20:20h, do dia 21 de Março de 1989.
Tem esse nome graças ao seu pai, que, por sinal, foi o primeiro homem que conheceu, e que foi o primeiro a vê-la chorar e que, aliás, provocou isso muitas outras vezes ao longo do tempo. Quando pequena não deixava sua mãe sair. Tinha ataques de choro e queria ela sempre ao seu lado. Um movimento dela da porta pra fora e pronto, desciam lágrimas sofridas de seu rosto. Bem diferente do que sentia em relação ao primeiro homem da sua vida.
Foi para a escola, fez amigos, amigas, paquerinhas. Nunca se esqueceu de uma vez -talvez a primeira vez que se sentiu a pior encarnação humana que veio ao mundo- em que, na hora do "recreio", todas as meninas estavam brincando juntas, e ela no meio dos meninos amoada. Resolveu ir até lá, perguntar se podia brincar também, e recebeu uma resposta nada agradável para uma criança de 5 anos: "Pra você só tem o lugar da vovó", ou uma outra vez, que fez o mesmo movimento e recebeu um: "não, você não pode brincar, não queremos você aqui".
Cresceu, e agora com duas décadas completadas, conquistou amigos que a querem muito bem, e que dizem que o lugar dela é com eles, sim. Inquieta e ansiosa, atropela algumas palavras que saem de dentro, e, curiosa quer saber de tudo e de todos. Sentimental e apaixonada, já atropelou sentimentos e descobriu ao longo do tempo que nem tudo são flores; que as pessoas não são tão boas quanto parecem; e que nada é tão ruim assim na vida que não possa piorar. Sonhadora veemente, apesar das circunstâncias, ainda acredita que tudo pode tornar-se ouro ao invés de cinzas.
segunda-feira, 16 de março de 2009
O menino das bolhas de sabão
sábado, 7 de março de 2009
6. Anza Borrego
Ron, eu realmente gostei de toda a ajuda que você me deu e do tempo que passamos juntos. Espero que não fique muito deprimido com nossa separação. Pode levar um bom tempo até que a gente se veja de novo. Mas desde que eu saia inteiro desse negócio do Alasca você terá notícias minhas no futuro. Gostaria de repetir o conselho que lhe dei antes: acho que você deveria realmente promover uma mudança radical em seu estilo de vida e começar a fazer corajosamente coisas em que talvez nunca tenha pensado, ou que fosse hesitante demais para tentar. Tanta gente vive em circunstâncias infelizes e, contudo, não toma a iniciativa de mudar sua situação porque está condicionada a uma vida de segurança, conformismo e concervadorismo, tudo isso que parece dar paz de espírito, mas na realidade nada é mais maléfico para o espírito aventureiro do homem que um futuro seguro. A coisa mais essencial do espírito vivo de um homem é sua paixão pela aventura. [...]. Não hesite, nem se permita dar desculpas. Simplesmente saia e faça isso. Você ficará muito, muito contente por ter feito.